30/05/08

VIII



tudo é familiar
neste habitado de ruas arruinadas
e lâmpadas ociosas
onde já os pássaros não fazem ninho
nem os rios se encontram

caminhos onde pousa devagar a respiração
e a solidão grita debruçada
todas as tardes

do outro lado
o amor acolhe-se em palpitação
dentro do sangue puro dos olhos
que derruba os porquês




Maria Costa

3 comentários:

angelá disse...

"do outro lado/ o amor acolhe-se em palpitação....".... sempre do outro lado...

Cláudia disse...

A divisão entre duas margens opostas...

Gosto muito.

Mateso disse...

Sejam vazias, novas, velhas,gastas frescas , as ruas são os corredores das gentes que passam, pisam, correm e voam no além de ontem e no presente do amanhã.
Belo.
Bj.