tudo é familiar
neste habitado de ruas arruinadas
e lâmpadas ociosas
onde já os pássaros não fazem ninho
nem os rios se encontram
caminhos onde pousa devagar a respiração
e a solidão grita debruçada
todas as tardes
do outro lado
o amor acolhe-se em palpitação
dentro do sangue puro dos olhos
que derruba os porquês
Maria Costa
3 comentários:
"do outro lado/ o amor acolhe-se em palpitação....".... sempre do outro lado...
A divisão entre duas margens opostas...
Gosto muito.
Sejam vazias, novas, velhas,gastas frescas , as ruas são os corredores das gentes que passam, pisam, correm e voam no além de ontem e no presente do amanhã.
Belo.
Bj.
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